Seja bem-vindo(a)!

Aproveite esta oportunidade para compartilharmos informações, textos, ideias e reflexões a respeito do processo de ensino e aprendizagem.
O conteúdo deste blog é direcionado a professores, coordenadores pedagógicos e diretores de instituições públicas e particulares de ensino, além de psicopedagogos, pais e interessados na prevenção contra problemas de aprendizagem.

Pense Nisso!


Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos
(Provérbio antigo)



segunda-feira, 22 de junho de 2009

A VISÃO DO PROFESSOR

SÍNDROME DE DOWN (INCLUSÃO)

DEFICIÊNCIAS (Mário Quintana)

RESPONSABILIDADE

PARÁBOLA DO LÁPIS

A PIPOCA (Rubem Alves)


[ Principal ][ Biografias ][ Releituras ][ Novos escritores ]
© Projeto ReleiturasArnaldo Nogueira Jr
22/06/2009 - 12:28:25
Rubem Alves
Biografia e Bibliografia
Menu do Autor
A pipoca
Rubem Alves
A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras do que com as panelas.Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A Festa de Babette que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo — porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.As comidas, para mim, são entidades oníricas.Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu.A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível.A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela. Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem.Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas.Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblé...A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido.Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado.Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!E o que é que isso tem a ver com o Candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos.Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro."Morre e transforma-te!" — dizia Goethe.Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar.Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem.Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior.Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida perdê-la-á".A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira..."Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu".
O texto acima foi extraído do jornal "Correio Popular", de Campinas (SP), onde o escritor mantém coluna bissemanal.
Rubem Alves: tudo sobre sua vida e sua obra em "
Biografias".



[ Principal ][ Biografias ][ Releituras ][ Novos escritores ]© Projeto Releituras — Todos os direitos reservados. O Projeto Releituras — um sítio sem fins lucrativos — tem como objetivo divulgar trabalhos de escritores nacionais e estrangeiros, buscando, sempre que possível, seu lado humorístico,satírico ou irônico. Aguardamos dos amigos leitores críticas, comentários e sugestões.A todos, muito obrigado. Arnaldo Nogueira Júnior. ® @njo

quinta-feira, 18 de junho de 2009

AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA

AVALIAÇÃO: O QUÊ? PARA QUÊ? POR QUÊ? COMO?


Outro tema polêmico.
Segundo Luckesi (1997),

“um educador que se preocupa com que sua prática educacional esteja voltada para a transformação, não pode agir inconsciente e irrefletidamente. Cada passo de sua ação deve estar marcado por uma decisão clara e explícita do que está fazendo e para onde possivelmente está encaminhando os resultados de sua ação”.




Diante dessa afirmação, o que a escola avalia no processo de ensino e aprendizagem? O que o professor avalia? Como? Avaliam o que o aluno sabe, como ele sabe, ou o que ele ainda não sabe?
A ‘nota’ é dada pelo que o aluno é, pelo que ele faz ou pelo que aprendeu?
Como são elaboradas as ‘provas’?
Quando o aluno mostra que aprendeu, há dúvidas por parte de quem ensinou? Houve ensino? Houve aprendizagem?
Essas questões foram levantadas a partir de depoimentos de pais e alunos.
Um educando, na época do fato com 8 anos, encaminhado a um especialista, psicopedagogo, conseguiu superar suas dificuldades quanto a leitura e escrita. Aprendeu a ler, interpretar, seqüenciar histórias, escrever. Em matemática não tinha problemas. Aos 9 anos, já no ano posterior (aqui no 4º ano), a professora parabenizou-o e à mãe confirmando estar ele alfabetizado.
Certo dia, a mesma professora aplicou uma ‘prova’ (avaliação) em que a maior exigência foi a sequência lógica de uma história. O aluno acertou tudo. A professora colocou o símbolo ‘c’ em todas as questões, porém junto ao ‘c’ de cada resposta certa escreveu: ‘copiou’, ‘copiou’, ‘copiou’.
O educando ficou tão indignado que a primeira coisa que falou à sua mãe quando a encontrou foi: “Mãe, olha o que a professora fez! (mostrando a prova) Ela não acreditou que eu já sei fazer isso e disse que copiei tudo de outro colega.
Pronto! Acabou, mais uma vez, o estímulo do menino.
Vamos analisar: se ele copiou todas as respostas, o que estava fazendo a professora enquanto os alunos realizavam a ‘prova’? Ela estava na sala de aula? Estava atenta ou distraída? Se estava atenta ela viu o aluno copiando dos colegas e não se manifestou? Por quê? Para depois constrangê-lo?
Assim ele se sentiu, constrangido.
Outra situação. Expressão de um aluno do Ensino Superior: “Não acredito! O professor ‘mandou’ estudar um conteúdo extenso para a ‘prova’, e na ‘prova’ não caiu nada do que foi estudado. Tirei “zero”.
Nota-se que o problema “avaliação” ocorre em todos os níveis de ensino. Faz reportar para as questões presentes no início deste texto.
Diz-se que a ‘nota’ do aluno é a do professor. Será verdade?
No primeiro caso relatado, pensando por esse prisma, a professora não acredita na própria capacidade de ensinar?
No segundo caso, o professor conhecia de fato o conteúdo solicitado para estudo? O que o fez substituí-lo?
Existe quem tem ‘zero’ conhecimento?
Vale ressaltar que o propósito de todo o conteúdo postado neste blog é contribuir na tentativa de melhorar a qualidade de ensino, principalmente prevenindo contra problemas de aprendizagem.
Sabe-se que a tarefa de professor, pais, coordenador pedagógico, diretor escolar é árdua, especialmente no século XXI, período de grandes transformações no universo em todos os sentidos. Por outro lado, educar, ensinar, é parte essencial no processo formativo e educativo cabendo aos responsáveis por tais funções “fazer” de acordo.
Não dá para ser pai e mãe sem educar, ser professor sem ensinar, ser coordenador sem coordenar, ser diretor sem dirigir.
Coletividade, reflexão e conscientização fazem a diferença.
O Psicopedagogo existe para auxiliar oferecendo recursos muitos vezes não percebidos.
O importante é manter o foco no sujeito aprendente, nas suas necessidades, facilitando seu desenvolvimento e o do processo educacional.

Noêmia A. Lourenço







Referência Bibliográfica

LUCKESI, Cipriano C.. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 6ed. São Paulo: Cortez, 1997.


ESCOLA E INCLUSÃO: QUAL O SIGNIFICADO?

ESCOLA

Muito se discute acerca da qualidade da escola e do ensino, entendendo que realmente devem formar e transformar para a cidadania e que tenham significado de modo a evitar a pergunta: “Por que tenho que ir à escola?”.
Entre uma discussão e outra se verifica grandes contradições entre “o que se diz” e “o que se faz”. É notório também que nem sempre há o senso pedagógico.
Ao contrário do passado, não tão distante, os envolvidos no processo educativo não ‘falam a mesma língua’, embora tenham que seguir a mesma linha de trabalho. Comprova-se observando a situação de cada unidade escolar, pública ou particular.
Enquanto isso o sujeito principal (aluno) fica a mercê de um sistema controverso esperando que alguém olhe para ele e lhe ofereça o que de fato precisa.
Diante dessa problemática, (é um problema grave o qual exige atenção, reflexão e ação), como resolver? Partir de qual ponto?
O depoimento de um adolescente registrado num vídeo postado neste blog dia 17/06/09 cujo título é “Escola gerando Traumas” oferece como instrumentos para reflexão, respostas a essas indagações.
Acredita-se ser sumariamente impossível ouvi-lo (o adolescente no video) sem se prostrar à frente de si mesmo e avaliar a própria influência sobre os educandos e/ou ‘fazer vistas grossas’ para uma realidade tão cruel!
Mesmo assim há quem duvida e diz: “Ah, esse moleque está cheio de graça, não sabe o que está falando!”
Ainda que ele não soubesse o que fala, certamente, sabe o que sente, como qualquer indivíduo e conhece muito bem as próprias aspirações.
A seguir o assunto abordado será Inclusão. Mais um dilema, ou melhor, fazem da inclusão um dilema.



INCLUSÃO


Outra questão que incita fervorosos debates.
O que se entende por ‘incluir’?
A resposta, segundo o Dicionário de Português (Edições Poliglotas / Melhoramentos) esclarece e já nem seria necessário debater devido a clareza, tratando dos indivíduos com necessidades especiais.
Incluir significa: inserir, introduzir, abranger, compreender, conter em si, fazer parte.
A partir desses significados, por que não integrá-los à sociedade?
É óbvio que cada qual participa conforme suas condições, todavia precisam de apoio. É interagindo com o meio e todos que nele há que esses indivíduos se desenvolvem.
No que tange as escolas, adaptações se fazem necessárias principalmente a humana.
Na década de noventa, por exemplo, as classes especiais ficavam isoladas. Os professores dessas classes sentiam-se perdidos porque tudo o que se dizia era direcionado somente ao ensino regular.
Atualmente, está havendo integração, pois os alunos com necessidades especiais não ficam separados do grupo escolar. Eles freqüentam as salas ditas comuns (regular). Porém, vê-se que ainda há preconceito e discriminações.
Pensando na capacidade que tais indivíduos têm, não cabe mantê-los afastados dos grupos sociais, o que pode ser verificado num video intitulado “Escola Inclusiva”, também postado neste blog no dia 17/06/09.
No mercado de trabalho há muitas ofertas de trabalho para ‘deficientes’ significando que eles podem tanto quanto nós.
Falando novamente em escola, infelizmente falta preparo dos professores para lidar com a inclusão, pois, como dito anteriormente, há falta de senso pedagógico também em alguns casos. Eles têm dificuldade em utilizar a criatividade e o conhecimento para incluir os alunos com necessidades especiais e então, reclamam, reclamam, reclamam... Bem, é necessário que busquem antes de tudo o conhecimento, é claro.
É fundamental ter atenção quanto a metodologia que deve ser elaborada sempre de acordo com os estilos e modalidades de aprendizagem.
Há salas de apoio (SAPES – Sala de Apoio Pedagógico Especializado) as quais podem ser muito bem aproveitadas. Ali os educadores são especialistas e orientam pais, professores, coordenadores, diretores, enfim. Esses profissionais estão disponíveis para quem quiser auxílio.
O que deve ser evitado é pensar que não adianta incluir porque não há aprendizagem.
Tratando do ser humano, todos têm deficiências e são superadas porque cada um procura adaptar-se à sociedade de alguma forma. Todos são diferentes entre si em todos os aspectos (físico, comportamental, social, cognitivo, emocional, afetivo, psicológico). É POR ISSO QUE SOMOS TODOS IGUAIS.

Noêmia A. Lourenço



sexta-feira, 5 de junho de 2009

METODOLOGIA ADEQUADA

METODOLOGIA ADEQUADA: PREVENÇÃO CONTRA DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM


Entendendo a metodologia como um conjunto de técnicas de ensino, o professor pode desenvolver um rico trabalho utilizando vários meios promotores da aprendizagem.
É fundamental que a metodologia atenda aos alunos de acordo com o modo de aprender de cada um.
Portanto, observação e atenção por parte do educador é primordial no processo de ensino e aprendizagem.
Muitos casos de indisciplina, por exemplo, são decorrentes de métodos que não correspondem com a necessidade dos educandos.
Normalmente, o professor aplica metodologia unificada.
Considera-se esse tipo de metodologia aquele em que:
- o professor utiliza a mesma metodologia para a classe. Exemplo: passa tarefas na lousa esperando que todos copiem e executem da mesma forma. Todos os dias os alunos permanecem sentados um atrás do outro todo o período da aula;
- alunos em silêncio, sentados como citado no exemplo anterior, o professor é o único a falar. Explica o conteúdo também sentado na cadeira à sua mesa.
- somente o professor fala, porém circulando pela sala, não apresenta recursos visuais ou auditivos (músicas etc.), sua expressão é de hierarquia, séria;
- o conhecimento prévio dos educandos não é explorado e executam atividades prontas, mimeografadas, sendo que numa capinha de ‘prova’ poderiam criar ilustrações ainda que fosse com tema sugerido;
- etc.
Estes são alguns exemplos, provavelmente os mais realizados.
Quais as conseqüências dessas metodologias?
O aluno que tem facilidade em aprender por intermédio do movimento corporal (dinâmicas, dramatizações, gestos, aprender fazendo, utilizando o tato, agindo) encontra dificuldade em se concentrar, prestar atenção, e não tem interesse por métodos que não oferecem oportunidade de ação.
Educandos que aprendem melhor utilizando a visão, observando, também encontram dificuldades principalmente nos 2º e 3º itens supracitado. Eles precisam ver imagens diversas (cartazes, jornais, revistas, fotografias etc.), ver os movimentos do professor, a sua expressão facial, os gestos, enfim.
Há ainda o aluno que prefere a oralidade para aprender. O professor deve permitir que ele se expresse verbalmente, pergunte, comente, dialogue com o professor e o grupo. Ele aprende melhor ouvindo, utiliza o sentido auditivo, por isso as explicações precisam ser claras e variadas. O tom de voz do docente ao explicar é muito importante nas aulas expositivas. Tratando da necessidade de falar, contar, quem sabe não seja o caso daqueles alunos falantes que “atrapalham” a aula!
De modo geral, esses alunos são considerados, por muitos professores, hiperativos e acabam por serem encaminhados a um especialista.
Os diagnósticos precoces devem ser evitados, pois não raro o problema está na diferença entre a metodologia e a maneira como os alunos aprendem.
Esse fator é um contraste que faz com que o educando sinta-se desinteressado, desestimulado, desmotivado.
O ideal seria se os professores conhecessem diversos métodos. Às vezes o sabem, todavia não aplicam por razões explícitas e implícitas. Porém deveriam fazê-lo, pois aí sim estariam atendendo de fato ao processo cognitivo de seus educandos.
Por que se ouve com frequência que é preciso atender especialmente aos alunos com dificuldades de aprendizagem?
Se essa solicitação ocorre certamente é porque precisa mudar o jeito de ensinar esses alunos, pois os demais conseguiram absorver porque a metodologia aplicada foi somente ao encontro dos estilos e modalidades de aprendizagem deles. Por isso é essencial variar, sempre!
P.S. Leia o texto "O QUE BLOQUEOU JOÃOZINHO", postado no mês anterior (Maio/2009)
Noêmia A. Lourenço


Referência Bibliográfica:

ANTUNES, Celso. Como identificar em você e em seus alunos as inteligências múltiplas. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2004.

_________. Como desenvolver as competências em sala de aula. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2004.


GÓMEZ, Ana Maria S.; TÉRAN, Nora Espinosa. Dificuldades de aprendizagem: detecção e estratégias de ajuda. EQUIPE CULTURAL (trad.). Brasil: Cultural, S.A.
(www. grupocultural.com)

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 14ª reimp. São Paulo: Cortez, 1994.

VERCELLI, Ligia de Carvalho A. Fundamentos da psicopedagogia e dificuldades de aprendizagem. UNINOVE

WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 13. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008.


GINÁSTICA HISTORIADA

GINÁSTICA HISTORIADA


Esse tipo de ginástica é aquele em que o(a) professor(a) conta a história e ao mesmo tempo executa os movimentos sugeridos (em negrito).
O(a) professor(a) é o modelo e as crianças vão seguindo-o.
Pode ser utilizada também como dinâmica em reunião de professores e pais.
Essa sugestão é excelente para o desenvolvimento da Psicomotricidade.
Vale ressaltar que é importante, após atividades de movimentos mais intensos, fazer relaxamento. Além disso, é ideal que o(a) professor(a) vivencie as atividades antes de aplicá-la junto aos educandos.
Segue o texto:


FOGO NO CIRCO


O circo estava armado no centro da praça. A lona era muito grande, muito grande mesmo (o professor abre os braços para dar idéia do tamanho da lona e as crianças imitam). Lá dentro havia uma porção de bichos: leão, tigre, girafa, cavalo, onça, urso e um macaco.
Era noite e estava escuro. Os bichos estavam todos dormindo. Não se ouvia nenhum barulho. Quem tomava conta do circo de noite era o Sr. João, um velhinho que sempre levava na mão uma lanterna acesa. Seu João estava sentado e ouviu um barulho. Ele se levantou e foi andando devagarinho, assim na pontinha dos pés (deslocamento de todo o grupo).
Começou a sentir cheiro de queimado e foi andando mais depressa (marcha), mais depressa, mais depressa... Começou a correr na direção do barulho e viu um fogo ainda pequenininho. Voltou correndo e passou assim, por baixo dos bancos (quadrupedismo).
Para chegar mais depressa à rua, gritou: --- O circo está pegando fogo, o circo está pegando fogo! Começou a juntar gente e logo chegaram os bombeiros.
Vieram muitos carros, e os bombeiros puseram as escadas e foram subindo (trepar) e começaram a jogar água na fogueira que já estava muito grande.
Os leões urravam (imitar), os cavalos relinchavam, os tigres rugiam, os macacos guinchavam. Os pobres macacos, que estavam presos na jaulas, começaram a pular de um lado para outro (saltar), pois o fogo já estava perto deles.
Seu João veio abrir as jaulas. Os macacos subiram pelas grades e começaram a atravessar o circo de um lado para o outro, caminhando por cima de um arame (equilibrar), com muito cuidado para não cair, até chegarem onde não havia mais fogo (colocar no chão uma corda para as crianças andarem em cima).
Os macacos também quiseram ajudar e começaram a jogar (lançar) tudo para fora do circo. Jogaram as bolas, os arcos, as roupas. Tudo que encontraram eles iam jogando.
Então os bombeiros apagaram o fogo.
Os carros começaram a voltar para o quartel dos bombeiros. Iam correndo pelas ruas (correr), com a sirene tocando assim (correr imitando barulho da sirene).
Lá no circo já estava tudo calmo outra vez.
Se João, que tinha tomado um grande susto, agora estava contente, porque tinha salvo todos os bichos. E foi feliz para casa andando (marcha final com todas as crianças cantando). FIM




Extraído de: PINTO, Gerusa Rodrigues; LIMA, Regina Célia Villaça. O dia-a-dia do professor. 3ed. Belo Horizonte (MG): FAPI. vol. V




Adaptações:

Quadrupedismo: todos se deslocando com mãos e joelhos ao chão.

Trepar: subir em cadeira, banco ou onde for possível.

Equilibrar: andar sobre corda, barbante ou uma linha feita com giz.

Marcha final com todos os participantes cantando: podem cantar a música: “Eu vou, Eu vou, pra casa agora eu vou...”. Podem aproveitar para voltar á sala de reunião, ou à sala de aula ou ainda aos lugares onde estavam sentados. Adaptar ao local e ao momento.

Saltar: pular de uma lado a outro exercitando esquerda e direita (lateralidade).

É muito divertido, descontrai, ensina, além de ser bom para a saúde (qualidade de vida).

Noêmia A. Lourenço

quarta-feira, 3 de junho de 2009

FILME: AS COISAS QUE MORAM NAS COISAS

O filme "As coisas que moram nas coisas" retrata um contexto familiar muito comum e a capacidade infantil de criar, sonhar, imaginar interrompida pela incompreensão adulta.
O pai das crianças, no filme, os rotula de 'desmiolados', porém adiante revela também o próprio poder criativo, que ao que parece não teve quem o ajudasse a desenvolvê-lo e então repete seu processo educativo na criação dos filhos. Além disso, a cooperação, o trabalho em equipe também perdem espaço quando o pai os manda de volta pra casa porque 'estão atrapalhando' na coleta do lixo para o ganha pãp da família.
Ao chegar na escola, as crianças não têm, na maioria das vezes, a oportunidade de expressão, de criação, e são impedidas por métodos inibitórios de usar a criatividade.
Isso pode acarretar bloqueios, desinteresse, baixa autoestima, indisciplina, enfim, podendo gerar dificuldades de aprenizagem as quais poderiam ser evitadas.
Daí a importância de pensar na função da escola como suprimento de necessidades, pois é lá que muitas crianças esperam encontrar o que não têm em casa.
A situação das crianças no filme pode causar consequências desagradáveis a curto, médio ou longo prazo. Há casos em que o problema se instala de tal maneira que chega ao ponto de exigir atendimento especializado.
Noêmia A. Lourenço
Assista ao filme (curta duração) clicando no link à direita do layout. É maravilhoso também para reflexão.

DOCUMENTÁRIO: A INVENÇÃO DA INFÂNCIA

Esse documentário trata da tão atual e real situação das crianças em tempos modernos.

Provoca reflexão acerca da criança na sua essência. Realidades diferentes. Anseios? Sim.

É necessário conhecer o significado de 'ser criança'. É fundamental refletir sobre o
que a modernidade está fazendo com as crianças.


Compreendemos nossas crianças?

Até que ponto, nós pais, responsáveis e educadores, respeitamos as diferenças e o contexto familiar e social de cada criança?

Como estamos conduzindo o desenvolvimento das crianças contemporâneas?

Estamos colaborando com a evolução tecnológica ao ponto de fazer com que nossas crianças percam a infância ou nem a conheçam e se tornem homens e mulheres precoces?

As crianças gostam dessa antecipação e a entendem ou foram enquadradas sem querer? Afinal, são crianças.

O que estamos fazendo da criança que somos?



Assista ao documentário curta-metragem (curta duração) clicando no link à direita do layout. É maravilhoso!




Noêmia A. Lourenço



terça-feira, 2 de junho de 2009

ORAÇÃO DO(A) PROFESSOR(A)

Senhor, dá-me sabedoria para semear no coração de meus alunos sementes que, no calor da terra, despontem para a vida cheias de força para contemplar o calor do sol, o ar, a chuva e tantos outros espetáculos da natureza.
Sementes que possam brotar, crescer, frutificar-se, florescer e dar frutos. Frutos do amor ao próximo, da sabedoria, da humanidade, da solidariedade, da união e da paz.
Frutos que suportem tempestades e que possam conduzi-los na realização dos sonhos que se alinhem com Tua vontade, Pai.
Coloca ao lado deles, Senhor, pessoas que os motivem a sonhar, a lutar, a andar em retidão na grandiosa caminhada humana, deixando morrer seus próprios desejos para que sejam feitos os desejos do Pai Celestial.
Pai, capacita-me para que diariamente eu possa regar as sementes que Tu me confiaste na apaixonante missão de educar com o mais profundo amor de meu ser.
AMÉM.


Referência Bibliográfica

SILVA, Mônica Ferreira da. Soluções Pedagógicas. 1.ed. Belo Horizonte (MG): FAPI, 2007. vol. III